terça-feira, 1 de novembro de 2011

Enredo da Obra


          João Romão é um português muito ambicioso que, juntando dinheiro à custa de muito sacrifício, consegue comprar um estabelecimento comercial no subúrbio da cidade do Rio de Janeiro. Ao lado de seu estabelecimento mora uma escrava fugida, chamada Bertoleza, que possui uma quitanda e algumas economias guardadas. Os dois passam a morar juntos e a escrava passa a trabalhar arduamente para o português que, para agradá-la, falsifica sua carta de alforria. Com as economias de Bertoleza, João Romão compra um pedaço de terra e aumenta sua propriedade. Com o esforço do seu trabalho e o da escrava, o português compra mais terras e expande seus empreendimentos, construindo três casinhas de são alugadas de imediato. Como a procura de casas para alugar era grande e a ganância do português também, ele vai construindo cada vez mais cubículos e amontoando aos outros já existentes até formar um vasto cortiço.
          Ao lado do cortiço havia um sobrado, no qual fora morar Sr. Miranda, português de classe elevada, dono de um atacado de fazendas (tecidos), cuja mulher levava uma vida adúltera. Miranda não gosta do Cortiço ao lado do seu sobrado e nem de João Romão, que era o dono de tudo aquilo e também de uma pedreira que ficava atrás do terreno do cortiço e lhe dava muito dinheiro. Nesse imenso cortiço moram pessoas dos mais variados tipos: lavadeiras, vadios, trabalhadores, benzedeiras, brancos, pretos, mulatos; demonstrando a grande variedade de raças e gêneros encontrados no país.
          Rita Baiana, mulata sensual e dançarina provocante, encanta Jerônimo, um português casado que tinha muita saudade de sua terra natal até então. Rita vira sua cabeça e ele, já com hábitos brasileiros e não suportando mais o cheiro de sua mulher, briga com Firmo, companheiro da Baiana e capoeirista bom de briga. Este abre a barriga do rival com uma navalha. Na confusão, Firmo foge e Jerônimo é levado para o hospital.
Nesse ínterim, surge um novo cortiço na região, cujo moradores são chamados de “Cabeça-de-gato” pelos moradores do cortiço de João Romão, que acabaram recebendo o apelido de “Carapicus”, como forma de revide. Os moradores dos dois cortiços acabaram se tornando inimigos entre si. Firmo vai morar no “Cabeça-de-gato” e passa a exercer grande influência lá dentro, tornando-se uma espécie de líder. Quando Jerônimo sai do hospital, ele resolve se vingar, armando uma emboscada e matando Firmo a pauladas. Em seguida, Jerônimo foge com Rita Baiana, abandonando sua mulher.
          Revoltados com a morte de seu líder, os moradores do Cabeça-de-gato invadem o cortiço para se vingarem. No meio da confusão, alguns barracos do cortiço começam a pegar fogo e colocam fim ao confronto entre os dois grupos rivais.
          João Romão, dispondo de muitos bens e dinheiro recebido do seguro contra incêndio que havia feito, reconstrói o cortiço, com feições muito melhores e mais organizado. Agora, a intenção dele é casar-se com Zulmira, a filha de Miranda, moça de fina educação. Porém, Bertoleza, depois de ter trabalhado duro e ajudado a construir tudo o que o português tinha, acabou tornando-se um problema para ele. Com Bertoleza em casa, o português não poderia casar-se com Zulmira, casamento esse que já tinha o consentimento do Sr. Miranda. A única solução encontrada por João Romão foi mandar uma carta para os antigos proprietários da escrava, advertindo-os sobre seu paradeiro. A polícia, em pouco tempo, aparece na casa do português acompanhada de seus antigos senhores para levar Bertoleza. Ela, compreendendo o seu destino, comete suicídio cortando o ventre com a faca que estava limpando peixe para a refeição de João Romão.


(Davi Pinheiro)

Um comentário:

  1. a opção de Bertoleza e Rita Baiana em se juntar com o português as ideias de branqueamento de goleinou. Trechos que justifique.ME AJUDA POR FAVOR.

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